Linda, articulada, desenvolta, Manuela D´Ávila me lembrou a personagem de um de meus contos que cometeu a indelicadeza, a desfaçatez, a impudência, que teve mesmo o atrevimento, imaginem, de nascer bonita e inteligente (aliás, vem aí “O Lacan da Lapa e Outras Histórias”, em breve em e-book em uma loja virtual). A candidata do PCdoB enfrentou uma bancada com entrevistadores que seguem o modelo preconizado pelo juiz mandão (aquele que acha que as leis e sua observância só existem para os outros). Foi interrompida nada mais nada menos do que 62 vezes (em menos de 90 minutos de programa). É o Brasil colocando em prática um jeito bronco de ser. Quanto mais rude, ríspido, impolido, mais admirado. Qualquer dia aparece um de arma na cinta, metralhando os moradores da periferia e usando lança-chamas contra os sem-terra.